Guga e os Humanos
postado em 27 abr 2005

Cada dia mais Guga assume o papel de fundador do Santuário. A medida que vai entrando na pré-adolescência e se relaciona melhor com os humanos, suas atitudes nos surpreendem.

Dias atrás, esteve nos visitando o jornalista Luiz Aparecido da Silva, Assessor de Comunicação Regional do Ministro Aldo Rebelo, amigo de longa data. Nós o levamos na Kombi até a zona de mata, onde os chimpanzés vão às vezes e quando chegamos a primeira atitude de Guga foi abraçar o nosso amigo Luiz, que nunca tinha visto. Depois ficou brincando enquanto nós conversávamos, de vez em quando vinha e cheirava o Luiz demonstrando um gesto de amizade para ele. Antigamente essa atitude de Guga era impensável, ele achava que todos os humanos que não conhecia não eram bem vindos. Agora ele sabe que se levamos conosco na Kombi é um amigo e ele deve agradar.

Devido ao atentado sofrido recentemente, agora temos uma vigilância policial mais acentuada na área do Santuário e todos os dias aparece uma viatura da Polícia Militar por lá. Outro dia chegou uma viatura com dois policiais, que estacionou perto da área onde ficam Guga e seu grupo, daí começaram a fazer barulhos de alegria. Eles nunca tinham visto uma viatura policial de perto, então Guga começou a fazer gestos de amizade para os policiais e solicitar-me que o deixasse sair para cumprimentar os visitantes, coisa que eu logicamente não permiti e Guga ficou magoado com isso.

Os bebês órfãos, inclusive a Luiza que fica com a mãe, que são inocentes, nunca receberam maus tratos dos humanos como outros chimpanzés do Santuário que ficaram anos em circos, zoológicos e criadouros comerciais; estes vêem os humanos como seus amigos, procuram contato com eles e se ofendem quando eles não entram em seus recintos. Estes bebês chimpanzés só conheceram dos humanos coisas boas, carinho, afeto, agrados e não conhecem a parte ruim que os outros chimpanzés do Santuário já conheceram e as rechaçam, demonstrando assim sua irritação com as visitas desconhecidas.