Na reunião anual do CITES em Bangkok, atualmente em andamento na Tailândia, o Diretor Executivo do GRASP – Programa da ONU para a defesa dos Grandes Símios, Doug Cress, denunciou que mais de 3.000 grandes primatas são capturados a cada ano para abastecer o lucrativo e bem armado mercado ilegal destas espécies no mundo.
Segundo Cress, que foi Diretor da PASA (Aliança de Santuários Pan-Africanos e do GAP Internacional) e há anos vem lutando pela sobrevivência destas espécies, por cada chimpanzé capturado, outros 10 morrem. Os chimpanzés vivem em grandes grupos e quando os caçadores e traficantes “entram na selva não é para pegar um só. Tem que brigar. Tem que matar outros chimpanzés do grupo”.
Cress denunciou que este tráfico abastece pessoas ricas e poderosas, que compram estes primatas para exibir o seu poder, e zoológicos de reputação duvidosa, que os usam para diversão do público.
A reunião do CITES – que é um Comitê que cuida das Espécies Ameaçadas de Extinção – vai até o dia 14 de março e um dos objetivos dos encontros é impedir o tráfico ilegal e semilegal de grandes símios, assim como outros problemas urgentes, como o comércio de marfim, que é responsável pelo abatimento de centenas de elefantes na África, que tem seus dentes vendidos na Tailândia, onde este comércio é permitido e acoberta este massacre de elefantes.
Cress fez um alerta mundial de que “a esta velocidade em que estão sendo dizimadas, as três espécies africanas de grandes símios – chimpanzés, bonobos e gorilas e a única asiática – orangotangos, desaparecerão muito rapidamente.”
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional
Notícia relacionada:
http://www.un-grasp.org/news/114-stolen-apes-counts-illegal-trade-toll