Por Serge Soiret
As florestas de Cavally e Goin Débé, as últimas ainda bem protegidas na Costa do Marfim, estão ameaçadas! Por quê? Porque 40% da produção nacional do cacau vêm destas florestas.
A Costa do Marfim (país da África Ocidental) é o maior produtor mundial de “ouro marrom” desde 1978. De acordo com um relatório governamental já publicado, 40% da produção nacional provém das florestas classificadas, através de um sistema quase exclusivamente liderado por estrangeiros e de forma não regular.
Apesar da presença de equipes militares do governo e da autoridade florestal, isso não impede que as populações instaladas clandestinamente nestas florestas retirem o cacau todos os dias.
Devido a estas infiltrações clandestinas nas florestas protegidas, a população local começou a agir. Foram apreendidas as quantidades de cacau consideradas ilegais.. ONGs locais – OPRFT e NOFNA – iniciaram uma campanha que visa apoderar-se de todo o cacau ilegal e alertar as autoridades para controlar e por fim à invasão e à ocupação ilegal dessas florestas.
Esta iniciativa também visa alertar os grandes vendedores internacionais de chocolate, como Cemoi, Barry Callebaut e Cargil, para que parem de incentivar as atividades clandestinas e o processo de desmatamento. E também informar o mundo inteiro que o cacau que sai desta área vem das florestas classificadas e não deve ser comprado no mercado nacional e internacional.
Este processo de desmatamento está impactando o desaparecimento de espécies de animais, entre eles os CHIMPANZES. As florestas classificadas de Goin-Débé e Cavally representam corredores naturais existentes e prioritários entre o Parque Nacional de Taï, na Costa do Marfim, e o Parque Nacional de Sapo, na Libéria.
É possível reconstituir esta natureza especialmente com as populações locais decidindo abraçar esta missão de salvaguarda.
Leia mais (em francês):
Http://www.jeuneafrique.com/…/cote-divoire-cacao-menace-fo…/
Http://www.eburnietoday.com/…/populations-de-zagne-saisiss…/