Durante sua visita ao México, a primatóloga Biruté Galdikas, maior conhecedora de orangotangos no mundo, morando com eles há 45 anos na Indonésia, solicitou que as autoridades mexicanas liberem o orangotango Toto, solitário após a morte recente de sua companheira Jambi, para ser enviado ao seu Santuário na Ilha de Bornéo, onde ele poderia ser reintegrado à vida livre.
Segundo Galdikas, para ser liberado na natureza, Toto seria tratado contra parasitas humanos durante três meses, para eliminá-los da contaminação adquirida no Zoológico, e depois liberado na mata. Ela já teve muitos casos de reintegração de orangotangos de cativeiro na natureza.
Outra opção que ela deu é que o governo Mexicano construa um Santuário para esse tipo de espécie ameaçada de extinção, que tem indivíduos em cativeiro em zoológicos do país. O México – segundo ela – tem os recursos para fazer essa operação, similar ao que vem sendo feito na Indonésia.
Em sua dissertação na Universidade Autônoma do México, ela enfatizou que os animais selvagens adoecem com facilidade em cativeiro. Ela considera que a morte em menos de um ano de um orangotango (Jambi), um chimpanzé (Lio) e um elefante (Maguie) no Zoológico de Chapultepec mostra a inconveniência de manter estas grandes espécies em cativeiro forçado.
A Diretora do Projeto GAP no México, Paulina Bermúdez, denunciou que há mais de um ano está tentando trasladar Toto para um Santuário no Brasil, e o Zoológico nega esta alternativa, apesar de não ter custo para eles. Agora com a nova possibilidade de enviá-lo para Ilha de Borneo, na vida livre, como recomenda Galdikas, seria um absurdo se o Zoológico o condenasse à morte como aos outros grandes símios que tiveram essa absurda sorte.
A Professora de Filosofia e Letras da UNAM, Paulina Rivero Weber, que organizou a participação de Galdikas no Segundo Congresso de Bioética, considera que “os zoológicos perderam sua função educativa definitivamente”, e antes de serem extintos, poderiam servir de Santuários Temporários para algumas espécies ameaçadas de extinção.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional