Funcionário guineense de departamento de vida selvagem é preso por tráfico de chimpanzés
postado em 03 set 2015

Oficiais prenderam o ex-diretor de vida selvagem da Guiné, sob alegações de que ele ajudou a exportar ilegalmente centenas de chimpanzés e outros animais selvagens do país do Oeste Africano desde 2008.

Ansoumane Doumbouya foi preso no dia 21 de agosto, após uma investigação secreta feita por várias autoridades, incluindo a INTERPOL, de acordo com um comunicado de imprensa do Great Apes Survival Partnership (GRASP), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas. Ele enfrentará 10 anos de prisão se for condenado.

“Ansoumane Doumbouya foi identificado por anos comoponto central para o tráfico ilícito de macacos da África Ocidental”, disse o coordenador do GRASP, Doug Cress, no comunicado de imprensa. “Finalmente tê-lo sob prisão é uma grande conquista.”

Doumbouya era comandante da Brigada Nacional Móvel para Vida Selvagem e Florestas, a principal agência encarregada de combate ao comércio ilegal de animais silvestres do país. Ele também atuou como autoridade da Guiné para a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES), o tratado internacional de comércio de espécies selvagens, de acordo com o comunicado de imprensa.

A extensão total do envolvimento de Doumbouya no tráfico de animais selvagens ilegal permanece sob investigação. Ele teria emitido licenças falsas da CITES para a exportação de várias espécies, incluindo chimpanzés, macacos, peixes-boi e papagaios. Foram encontradas com ele licenças em branco de exportação CITES, o comunicado de imprensa afirmou.

Em 2011, funcionários da CITES descobriram que 69 chimpanzés tinham sido exportados no ano anterior, a caminho de jardins zoológicos chineses e parques safáris. “As investigações lideradas por ONGs e particulares revelaram que pelo meno 138 chimpanzés e 10 gorilas foram exportados através de rotas de viagens estabelecidas por empresas chinesas. A assinatura de Doumbouya também foi encontrado em licenças fraudulentas da CITES que enviaram bonobos à Armênia em 2011 “, afirma o comunicado de imprensa.

“Ninguém sabe exatamente quantos chimpanzés e outros grandes primatas foram vítimas de operações da Doumbouya – há indícios de que ele teria até exportado gorilas e bonobos, que não são endêmicos de Guiné – mas esta última conquista foi um passo importante para o Estado de Direito”, disse Cress.

A investigação das atividades de Doumbouya desmascarou outro possível traficante de animais selvagens. Um homem chamado Thierno Barry também teria exportado ilegalmente espécies protegidas para a Ásia e também foi detido.

Fonte (em inglês): http://news.mongabay.com/2015/09/busted-guinean-wildlife-official-arrested-for-trafficking-chimpanzees/