Expediçao ao Senegal / EXPEDITION TO SENEGAL
postado em 09 out 2008

PROJETO GAP ESPANHA


O primeiro desafio que tivemos foi coordenar vôos e horários para que companheiros de diversos pontos pudessem se encontrar conosco. A maioria saiu do aeroporto de Barajas, em Madri. Anna Mula se juntou a nós em Casablanca, e Oscar e Marta em Tambacuonda (Senegal). A operação funcionou com a precisão de um relógio, conta Paco Cuellar.


Chegamos a Dakar (capital do Senegal) de madrugada e só conseguimos apreciar algo que já esperávamos: a pobreza do país. Fomos recebidos pelos guias Abdoulaye e Ibu, falando em perfeito espanhol.


Na manhã seguinte após tomar um café e trocar moedas, começamos a viagem em um caminhão, que sería de 600 km até chegar ao acampamento de Badián, que sería nosso “centro de operações” durante a estadia naquele país.


A viagem foi dura. Pegamos a Estrada Nacional 1 que liga Dakar com Bamako (Mali), que não estava em boas condições nos primeiros 170 km, o resto era um precário caminho, cheio de curvas e buracos que nos forçava a manter 30 km por hora. Segundo Paco Cuellar, Diretor do Projeto GAP na Europa, que dirigia a expedição, sentiram-se como se estivessem em um toro mecânico, de tanto pulo e movimento que sofreram até chegar ao destino.


A impressão que me deu o país foi um pouco deprimente – relata Paco –  porém as pessoas eram muito amáveis. O que surpreendeu e nos perguntávamos era “onde estão os animais?” Só enxergávamos culturas de milho, amendoim, nenhuma floresta … Constantemente nós perguntamos o que sobrou da África? A época era de chuva e tudo estava muito verde, a vegetação cobria tudo, a água era abundante, os animais talvez teriam onde se esconder e não mostrar-se.


Outra consideração intrigante, relata Paco – de fato se saíamos a noite na mata sem armas, é porque era evidente que já não existiam os perigos dos grandes felinos. De fato, se vê que no país desapareceram as girafas, os rinocerontes e todos os animais de porte. Pássaros sim tinham muitos e fantásticos, porém a sensação de um país domesticado, afirma Paco, não consegui tirá-la de minha cabeça durante toda a viagem.


Os senegaleses vivem ligados com as estradas, já que oferecem à beira delas todos os produtos que possuem ou fabricam, para conseguir seu sustento. No acampamento da Ong Campamentos Solidários, que foi a organização que nos assistiu na viagem, dividimos toda a ajuda humanitária que levávamos, e a distribuímos entre as diversas populações locais. Os remédios os doamos a um posto de saúde, que só tinha um enfermeiro e não tinha nem camas, ele relata.


Nossa missão era ir ao encontro dos chimpanzés da savana, que a Primatóloga norteamericana, Jill Pruetz, tinha descoberto e acompanhava de perto uma parte do seu tempo, dividido com suas aulas na Universidade de Iowa. Tínhamos combinado de nos encontrar com Jill, perto da Reserva Fongoli, relata Paco, porém ela teve que partir antes para os Estados Unidos e nos desencontramos.


Ante a falta de contato com a Jill – fala Paco – nos encontramos com um dilema, se prosseguir em nosso projeto de ajudá-la em Fongoli ou concentrar-nos em outros projetos na Costa do Marfim ou Guinea, onde está tudo por fazer.


Aqui no Senegal, apesar de ser muito interessante, já que os chimpanzés vivem em cavernas, como os humanos antigos, e caçam pequenos mamíferos com lanças que eles constroem, já existe um projeto e um financiamento para tocá-lo. Nas outras regiões mencionadas, onde existem populações maiores de chimpanzés e de gorilas, está tudo por fazer.


Não conseguimos contato com o grupo de chimpanzés que Jill acompanha, porém a viagem foi muito útil para entender o que é fazer um projeto na África e mantê-lo. Com a experiência adquirida nestes poucos dias poderemos tomar as decisões mais acertadas e corrigir erros que cometemos por não conhecer a fundo a realidade africana. “Valeu a pena” é a conclusão que Paco relata, e todos os participantes já estão dispostos para a próxima expedição africana.


Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP Internacional


GAP Project Spain



The first challenge we had to deal with was to coordinate flights and hours so that the partners from different places could meet with us. The majority left from Barajas airport, in Madrid. Anna Mula joined us in Casablanca, and Oscar and Marta in Tambacuonda (Senegal). The operation worked with the precision of a watch, told Paco Cuellar.


We arrived at Dakar (capital of Senegal) in the dark, very early in the morning, and we were only able to see what we already expected: the poverty of the country. We were hosted by the guides Abdoulaye and Ibu, speaking a perfect Spanish.


In the following morning, after taking breakfast and exchanging money, we started the trip in a truck and it would have 600 km until Badián camping, which would be our headquarters during the stay in that country.


The trip was hard. We took the National Road 1, which links Dakar to Bamako (Mali), and it was not in good conditions in the first 170 km. The rest was a precarious way, full of bends and holes that made us keep to 30km per hour. According to Paco Cuellar, Director of GAP Project Spain, who was in charge of the expedition, they felt like they were in a mechanic bull, so much were the jumps and movements faced until they reached their destiny.


The impression the country gave me was a little bit depressed – told Paco – , but people were very kind. What surprised us and we kept on asking was “where are the animals?”. We were only able to see corn and peanuts crops, no forest at all. We asked ourselves constantly what had left from Africa. It was a rain season and everything was green. The vegetation covered everything, there was plenty of water, maybe the animals had a place to hide not to show themselves.


Another intriguing consideration – said Paco – is that we went to the forest in the night without guns, because it was evident that there was no danger related to great felines. In fact, it is clear that the giraffes, rhinos and every big animal had disappeared from the country. There was a lot of birds, fantastic ones, but the sensation of a domesticated country, affirms Paco, did not get out of my head during all the trip.


People from Senegal live connect to the roads, as long as they offer on their borders the products they own or produce, in order to get money for their survival. In the camping of NGO Camp Solidarity, the organization which supported us during the trip, we shared all the humanitarian aid that we had taken and distributed to the several local populations. We donated the medicines to a public health station that had only one nurse and no beds, he told.


Our mission was to meet the savannah chimpanzees that the American primatologist, Jill Pruetz, had discovered and closely accompanied during a period that she also taught at Iowa University. We had arranged to meet Jill near Fongoli Reserve, tells Paco, but she had to leave early to United States and we were not able to meet.


As long as we were not able to count with Jill – says Paco – we found ourselves in a dilemma: we could continue and help her in Fongoli or we could concentrate in other projects at Ivory Cost or Guinea, where a lot of things should be done.


Here in Senegal, everything is very interesting, as long as the chimpanzees live in caves, as the ancient human beings, and hunt small mammals with shafts that they had made. And there is already a project and sponsoring to make it work. In the other regions mentioned, where the chimpanzees’ and gorillas’ populations are bigger, there are many things to be done yet.


We are not able to contact the chimpanzees’ group that Jill is accompanying, but the trip was very useful for us to understand what it is to lead and maintain a project in Africa. With the experience we have achieved in the few days, we are going to be able to make better decisions and to correct the mistakes we made as long we did not know the African reality. “It was worth it”, it is the conclusion made for by Paco, “and all the participants are open to go in the next African expedition.”


Dr. Pedro A. Ynterian
GAP Project International