Martín, Sasha e Kangoo vivem em condições precárias; o ex-zoológico diz que a transferência é perigosa para os animaisA Associação de Funcionários e Advogados pelos Direitos dos Animais (AFADA) apresentou um pedido de Habeas Corpus coletivo para a Justiça portenha solicitando que três chimpanzés que vivem no Ecoparque sejam declarados “sujeitos de direito humano”, com o objetivo de que sejam liberados e trasladados a um santuário no Brasil, disse hoje a ONG.Martín, Sasha e Kangoo são três indivíduos de 49, 20 e 10 anos que vivem “em condições precárias” no Ecoparque, segundo contou à agência Télam Pablo Buompadre, presidente da ONG que apresentou o pedido.“Depois de várias tentativas de consenso com as autoridades para negociar a transferência dos chimpanzés que se encontram em estado de precariedade, decidimos recorrer uma vez mas à Justiça”, explicou Buompadre, e afirmou que já “há antecedentes em jurisprudência nacional e internacional.”Buompadre lembrou dos casos da chimpanzé Cecília, que após uma intervenção da AFADA conseguiu que a Justiça de Mendoza a declarasse “sujeito de direito não humano”e em abril passado foi transferida para Sorocaba, São Paulo. E também da orangotango Sandra, habitante do Ecoparque, que em dezembro de 2014 foi declarada “pessoa não humana”.Sandra segue sendo “objetos de tensões políticas e judiciais com as quais as partes que participaram não conseguem fazer um acordo”, indicou Buompadre, e disse: "Nem a corte nem o governo deram uma resposta satisfatória, e hoje Sandra está sozinha, sem congêneres, sem especialistas para lidar com ela”.Buompadre explicou que os veterinários do Ecoparque argumentam contra o traslado dizendo que "Martín não pode fazê-lo por sua história clínica e, como esses animais são seres muito sociáveis, se retirarem os outros dois, os três podem correr risco de vida".O caso, que começou ontem com a apresentação do Habeas Corpus, ocorre no Foro Criminal e de Delitos Menores nº 38 , a cargo do Dr. Federico Villalba Diaz.As fontes da administração do Ecoparque afirmaram que ainda não foram notificadas da apresentação judicial, mas comentaram que "há um ano e meio que estamos trabalhando nos processos de derivação dos animais que podem ser transferidos e aumentando os padrões de bem-estar de cada um deles". E acrescentaram que a decisão de seus veterinários de não mover os chimpanzés "está sendo validada por especialistas internacionais".Fonte:
Clarin