A raiz da última matéria exibida no Domingo Espetacular da TV Record, no dia 22 de janeiro passado, temos recebido muitos pedidos de visitação e de estágios no Santuário. No passado já tínhamos explicado aqui no próprio Site o motivo pelo qual não podem existir visitação pública e estágios. Vamos tentar revisar este tema novamente para esclarecer a todos aqueles que têm se interessado por isto.
No Santuário temos chimpanzés, e outros primatas, de muitas origens e com diversos problemas. O caso de Guga, e de alguns bebês e adolescentes que estão conosco desde pequenos e consideram os humanos seus amigos, e não têm traumas, são casos especiais. A maioria dos chimpanzés que temos apresentam fortes traumas e perturbações psicológicas, e reage muito mau frente a humanos que não conhecem. O perigo de acidentes com este grupo de chimpanzés é muito grande, daí que a presença de pessoas desconhecidas implica em um grande risco.
Inclusive alertamos a própria mídia que tem área no Santuário, onde ficam os chimpanzés mais perturbados mentalmente, que evitamos que lá se aproximem. Como o Santuário é uma grande cidade deles, qualquer briga ou alteração em um recinto é transmitida para o resto, pelas vocalizações deles, e isso cria uma alteração geral, que prejudica muito a vida normal e sossegada que eles levam.
Os chimpanzés que foram muito expostos ao público têm uma especial aversão por crianças, daí que as crianças são um perigo maior se participam de uma visitação. Os chimpanzés que não foram abusados, torturados ou sofreram nas mãos de humanos demonstram um comportamento diferente. O caso de Guga que se dá bem com as equipes de filmagem, e está solto com eles na mata, e aprecia este contato, é uma raridade e não é a regra comum.
Além das normas do IBAMA que proíbem a visitação pública, pelas razões anteriores é que sempre respondemos a todos que solicitam, que não é possível atender aos pedidos, pelo bem do visitante e do primata, especialmente destes que já sofreram demais em mãos humanas.
Dr. Pedro A. Ynterian
Santuário de Grandes Primatas do GAP