Treze anos atrás, a fundadora do Santuário Save the Chimps, Dra. Carole Noon, faleceu de câncer pancreático em sua casa na propriedade do santuário. Ela continua sendo uma inspiração para todas as vidas que tocou e uma motivação para continuar seu importante trabalho. Mais de 300 chimpanzés encontraram a aposentadoria tranquila e digna que merecem graças ao trabalho incansável da Dra. Carole Noon e à fundação do Save the Chimps.

Hoje, gostaríamos de compartilhar um dos que ela chamou de “Diários do Chimpanzé de Carole Noon”. Essas cartas aos funcionários eram sempre cheias de humor e charme, pois ela atualizava a todos sobre os últimos acontecimentos no santuário. Esta carta em particular foi escrita depois que o Save the Chimps assumiu a Coulston Foundation, um laboratório de pesquisa biomédica. Modificações estavam sendo feitas nos prédios para permitir que os chimpanzés vivessem uma vida mais confortável antes que os grupos familiares fossem formados e eles se mudassem para nosso santuário na Flórida.

Doe em homenagem a Carole Noon: Ajude o Save the Chimps a continuar seu trabalho fazendo doações. Até 30 de junho, todas as doações são generosamente dobradas pelo Ronald J. Woods Charitable Trust. Sua doação terá o dobro do impacto na prestação de cuidados aos nossos residentes chimpanzés.

Diários de Chimpanzé de Carole Noon

16 de maio de 2003

Caros,

Na segunda-feira, tiramos a pequena malha do arame soldado que compõe as novas janelas/portas de correr entre as paredes de cimento maciço do Edifício 3 para que os chimpanzés pudessem se tocar, limpar ou cutucar, além de se verem melhor. Fizemos isso porque a construtora começou a instalar as extensões da gaiola na segunda-feira.

Hoje, deixamos sair os indivíduos que moram nos quatro primeiros recintos com as novas extensões. Clay foi o primeiro, o enorme adolescente nascido na Fundação Coulston. Abrimos a porta entre as partes internas e externas e ele se sentou na porta olhando para cima. Eu juro que seus olhos estavam tão grandes quanto pratos de jantar enquanto ele tentava entender o que aconteceu. Ele finalmente criou coragem para sair.

Ele fazia grandes exibições e depois corria de volta para dentro. Ele nunca pensou em escalar, mas ficava pulando para cima e para baixo. Aqui está a parte mais triste – ficou claro que quando ele estava pulando, ele estava pulando mais alto do que o teto antigo permitia que ele pulasse. Todos esses anos ele estava inibindo cuidadosamente seus saltos para não bater a cabeça no teto.

Boy não hesitou em sair. Ele olhou pela janela para Clay e então subiu até o topo. Ele passou o resto do dia lá em cima. Ele correu para dentro para pegar seu jantar e levou-o para o topo para comer enquanto olhava e ofegava suavemente para Brandy. Mais sobre ela depois.

O próximo a sair foi Bubba, também nascido aqui. Ele fez uma breve visita ao topo e passou o resto do dia dentro. Uma coisa com a qual você sempre pode contar com os chimpanzés é a curiosidade deles. Então, Bubba sairá em breve.

E a curiosidade de Clay levou a melhor sobre ele e ele não aguentou mais. Ele finalmente foi para o topo do recinto. Lembra quando ele pulou mais alto do que nunca? Bem, agora ele estava pendurado no novo teto. Com o novo espaço, ele pôde estender totalmente os braços e as pernas e realmente balançar pela primeira vez. Parecia que ele não conseguia superar essa nova liberdade e ele parecia um sino de vento soprando no vento.

Em seguida foram CJ e Brandy – ambos nascidos aqui. Brandy foi para o topo enquanto CJ fazia sua volta louca ao redor da gaiola e jogava cocô em nós. Então os olhos de Brandy e Boy se encontraram com o espaço de Bubba separando-os. Como diria Bob Dylan – “Você não precisa ser um gênio para ver que eles estão loucamente apaixonados”. Quando Boy saiu correndo com seu jantar para comê-lo enquanto olhava para Brandy, ele foi capaz de combinar sons de comida com uma suave respiração ofegante e mastigação. Bastante impressionante. Brandy, no entanto, não foi buscar seu jantar, ela apenas ficou no topo olhando para Boy.