(Reprodução de matéria publicada em 23.09.2008)
Thomaz Pires – Do Correio Braziliense.com.br e Cecília de Castro –
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Depois de quase quinze dias amarrado na carreta do Le Cirque, o
elefante Chocolate foi transferido no final da tarde desta terça-feira
(23/09) para sua nova casa. Adaptado pelo Zoológico de Brasília, o
antigo lar do jacaré-açu (maior do Brasil) e do jabuti abrigará o novo
morador. A transferência do animal começou por volta de 11h e durou
mais de seis horas.
A demora, segundo a equipe do zoológico, foi porque eles não quiseram
usar nenhum tipo de instrumento, nem forçar o animal a sair da
carreta. Tudo foi feito usando comida para atrair o animal até o novo
local. No processo, 15 funcionários do zôo utilizaram cerca de uma
tonelada de frutas e verduras.
Desde sexta-feira a equipe espera o tratador do Le Cirque para ajudar
na retirada do animal, mas como o funcionário do circo não apareceu,
eles decidiram fazer sem sua presença.
Nova casa
A área de aproximadamente 1,2 mil metros quadrados, onde o elefante
viverá, sofreu reforma para que o animal fosse melhor instalado e com
segurança. A água foi trocada, um muro e um portal especial foram
construídos, além de uma cerca elétrica. Segundo o diretor do Zôo,
Raul Gonzáles, caso a Justiça decida pela permanência do animal no
Zôo, o espaço ainda sofrerá algumas alterações.
O elefante Chocolate e o rinoceronte Thor chegaram a Brasília no dia
13 de setembro, após um professor de veterinária da Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) ter apresentado relatório
favorável à transferência dos bichos. O elefante estava com uma das
patas machucada e, como o rinoceronte era seu acompanhante de carreta,
ele teve que aguardar a melhora do companheiro.
Saúde
A pata machucada do Chocolate ainda não está sarada, pois se tornou um
problema crônico. O elefante também está abaixo do peso ? cerca de uma
tonelada e meia mais leve que os outros elefantes africanos do
zoológico.
Memória
O Le Cirque teve o alvará de funcionamento revogado pelo Ministério
Público em agosto quando se apresentava em Brasília, após uma vistoria
do Ibama constatar que os animais eram vítimas de maus-tratos. Em 12
de agosto, fiscais do órgão apreenderam dois chimpanzés e um
hipopótamo, que foram recuperados na Justiça pelo circo.
Um laudo detalhado que comprovava o mau tratamento e a Operação Arca
de Noé foi preparada, pelo Ibama, para reaver os bichos. Antes, porém,
os donos do Le Cirque ficaram sabendo da ação e fugiram com todos os
animais na madrugada de 15 de agosto, mas as carretas foram
interceptadas em Mato Grosso do Sul.