Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Ricardo Tripoli (PSDB-SP) protocolou ofício no Ministério da Defesa destinado ao ministro Raul Jungmann
Por: Marcela Mattos, de Brasília
Em meio à comoção com a morte da onça Juma, executada na última segunda-feira após a passagem da tocha olímpica por Manaus (AM), o deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) pediu ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, a demissão do comandante responsável pelo felino. O ofício foi protocolado na tarde desta quarta-feira.
No documento, o deputado, que é Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, pede o imediato afastado do comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), Alcimar Marques de Araújo Martins. Tripoli solicitou ainda a promulgação de normativa que proíba a exibição de animais silvestres em eventos de quaisquer natureza.
Na segunda, o revezamento da tocha olímpica passou por diversos locais de Manaus, entre eles o centro responsável por qualificar militares a atuarem em regiões inóspitas da Amazônia. Lá, Juma foi exibida ao público acorrentada. Após o evento, o animal tentou fugir e acabou abatido.
Em nota, o Exército afirmou que tentou, sem sucesso, conter a onça com tranquilizantes, e que, mesmo sedada, ela tentou atacar um militar. “Como procedimento de segurança, visando proteger a sua integridade física e da sua equipe, o próprio militar realizou um disparo de pistola para contê-la”, afirmou a instituição.
O Comitê Rio-2016 admitiu o erro. “Erramos ao permitir que a tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre os povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores. Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio 2016”, disse, também por meio de nota.
No ofício encaminhado a Jungmann, o coordenador da frente ambientalista também condenou o uso do animal na cerimônia. “A exposição da onça Juma, em evento de cunho olímpico e de visibilidade internacional, acorrentada e acuada, por si só já representou um afronta aos preceitos éticos, à vida e à biodiversidade. O trágico desfecho terminou por demonstrar o quão distantes estão as autoridades ambientais de seu escopo maior”, disse Tripoli.
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