Funcionários de zoo de Maracaibo, no estado de Zulia, tiveram de sacrificar outras espécies para salvar alguns carnívoros que estavam sem comer
Dois pumas desnutridos, em pele e osso, se tornaram o mais recente retrato da escassez que assola a Venezuela em razão da crise econômica. Os felinos vivem no Zoológico Metropolitano de Zulia, em Maracaibo, onde todos os animais correm risco de inanição.
Nos últimos meses, vários bichos morreram em razão da falta de comida, enquanto outros estão gravemente desnutridos. Patos, porcos e cabras tiveram de ser abatidos para alimentar outras espécies. Um leão africano, um tigre-de-bengala, uma onça-pintada, várias jaguatiricas e aves de rapina estão desnutridas. Todos os animais carnívoros enfrentam problemas de saúde.
“Os pumas estavam confinados, viviam como animais de estimação – e foram resgatados”, afirmou uma fonte que trabalham no zoo ao jornal Panorama, de Maracaibo. “Eles chegaram desnutridos, no ano passado, e conseguiram se recuperar. Mas, com essa crise, eles regrediram. Hoje, estão encolhendo”.
“O tigre-de-bengala era o mais corpulento. O leão, em razão de sua idade avançada, era magro. Hoje, parecem iguais. Ambos estão com pouco peso”, afirmou a fonte.
Para tentar compensar a falta de carne, os diretores de zoológico inventaram a caça de iguanas selvagens, que habitam o parque, e a pesca de tilápias nas lagoas do local, mas os animais continuam em risco.
O zoo teve de ser fechado para visitantes na semana passada. Na terça, 27, a imprensa local divulgou as imagens dos pumas e de outros animais. A falta de comida não é o único risco que os bichos enfrentam. Em 2016, mais de 40 espécies foram roubadas do parque, provavelmente para alimentar a população faminta.
O ator e filantropo mexicano Raúl Julia Levy, filho do ator Raúl Juliz, responsável por uma fundação de proteção aos animais em Malibu, no Estados Unidos, ofereceu ajuda ao presidente Nicolás Maduro no Twitter. “Peço ao presidente que me dê a oportunidade de dialogar. Não tenho ligação com nenhum partido ou governo, quero ajudar os animais, podemos transferi-los e pagar a recuperação deles”, disse Raul à AFP. Nicolás MAduro não respondeu. / AFP.
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