Conversa de um bonobo com um humano
postado em 02 set 2008

SANTUÁRIO GREAT APE TRUST DE IOWA
     
Num trabalho de pós-graduação realizado na Universidade Estadual de Iowa, por Janni Pedersen, da Dinamarca, fazendo seu PhD nesse centro, provou como a bonobo Panbanisha sabe usar os lexigramas e recursos lingüísticos humanos para expressar seus desejos, em conversa com os humanos com os quais trabalha.


O trabalho, publicado este mês no Journal of Integrative Psychological and Behavioral Science, é resultado de um trabalho de análise das conversas entre a bonobo Panbanisha e sua tratadora Dr. Sue Savage-Rumbaugh, quando era uma pesquisadora no Centro de Linguagem da Universidade Estadual da Geórgia de 15 anos atrás até hoje, que trabalha no Santuário Great Ape Trust de Iowa.


O descobrimento da Pedersen coloca em tela de juízo as conclusões do famoso lingüista Noam Chomsky, do MIT, que só aceita os humanos com esta capacidade de usar as linguagens.


Pedersen em seu trabalho comenta que “Ela (Panbanisha) estava usando a linguagem para obter o que ela desejava. Ela é muito hábil sendo capaz de acompanhar uma conversa do mesmo jeito que um humano o faz. Isto indica que o conhecimento que ela tem da linguagem vai mais além do entendimento do significado das palavras, ela sabe como usá-las numa conversa para conseguir o que ela quer.”


“Uma das coisas que Janni afirmou, e afirma de um jeito que a pessoa leiga consegue entender, é o aspecto da alternância nas conversações. Se tem uma coisa que é universal na linguagem humana é a vez de falar”, Fields diz. “Acho que o fato de Panbanisha ter feito isso, o que é entendido até para quem não foi treinado a perceber, é um importante aspecto citado no seu trabalho. Ela analisou toda a ação social e seu significado. A concepção da criação de idéias – indo e vindo – é obvia.”
 
“Originalmente, a repetição era pensada como uma coisa que acontece normalmente na linguagem humana”, ele diz. “Tradicionalmente, repetição no comportamento de comunicação dos grandes primatas é considerada uma prova de que eles não têm linguagem. É um tipo de dicotomia ou parcialidade.”


William W. Fields, Diretor do programa de pesquisa com Bonobos do Santuário, declarou que “a cientista Pedersen tem sido capaz de fazer algo único” que Chomsky, geralmente considerado o pai da lingüística moderna, foi incapaz de fazer.