Chimpanzés não têm fronteiras
postado em 10 abr 2012

INTEGRAÇÃO NO PARANÁ

Omega nasceu nas selvas africanas e ainda bebê foi levado para o Líbano, onde trabalhou num bar, servindo água para narguilé. Quando já adolescente, foi trancafiado numa jaula de um Zoológico perdido em uma vila do interior do país. Omega foi viciado em cigarros e quando chegou ao Brasil ficou famoso, pois era um chimpanzé fumante, que deixou de sê-lo ao mudar de vida: do inferno ao paraíso. Omega é um chimpanzé tranqüilo, brincalhão e ficou sozinho meses a fio aguardando uma companhia.

A companhia chegou e nada menos que de Israel, e de nome Judy, procedente de um pequeno Zoológico particular daquele país, que já tinha enviado outros dois chimpanzés para o Santuário do Instituto Anami, no Paraná, afiliado ao Projeto GAP.

Dias atrás o momento tão esperado chegou. Judy já ficava visualmente em contato com Omega há 10 dias, porém, sem contato físico. Quando isto aconteceu, terminou com um abraço estreito e gritos de alegria, especialmente de parte de Omega, que nunca antes tinha convivido com outro igual a ele.

A poucos metros de distancia, outra integração também acontecia. Mizrahi, que tinha chegado mais de um ano atrás, procedente de Israel, se juntava com Jena, da mesma procedência. Aqui a integração foi até mais rápida, porque possivelmente se conheciam de algum momento na vida naquele minúsculo Zoológico.

Os grandes primatas, em muitos sentidos, dão lições de vida a nós humanos. Aqui temos uma a ser assimilada. Enquanto no Oriente Médio existem conflitos de centenas de anos, dois chimpanzés que viviam divididos pelas mesmas fronteiras que os humanos criaram artificialmente se juntam num abraço emotivo e significativo. No caso de nenhum primata, humano ou não, as fronteiras devem convertê-los em inimigos irreconciliáveis.

Sigamos esse exemplo e a Paz no mundo será mais real e verdadeira!

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional