Chimpanzés escravos: “amor ao dinheiro?”
postado em 19 maio 2010

Na foto principal desta matéria uma senhora, a “dona do Jimmy”, ensaia um selinho no chimpanzé para consumo da imprensa, como demonstração do “amor” que sente por ele. Porém, é um amor estranho. Jimmy vive trancafiado em uma gaiola de zoológico anos a fio, isolado e a senhora cobra R$ 5,00 do público que deseja vê-lo. Nestes anos, Jimmy já rendeu mais de R$ 1 milhão em arrecadação para esta senhora, além de verbas oficiais cedidas para manutenção do zoológico. E Jimmy, o que ganhou? Nada.

Na primeira foto, vemos Catarina sobre uma plataforma de um circo, sem capacete, para jogar-se de uma altura de 10 a 15 metros, em um número arriscado que era atração para o público. Catarina trabalhou 30 anos para uma família dona de um circo, ia à festas infantis, fazia propaganda de produtos e trabalhava no circo. O que ela ganhou? Nada.

Na próxima foto vemos Hulk, chimpanzé cego (agora com sua visão recuperada parcialmente no Santuário) que trabalhou 30 anos em circos. Quando se tornou adulto, teve seus olhos queimados com água quente, para prolongar o seu uso publicitário. Atuou em novela, propaganda comercial e andava por todo Brasil em exposições itinerantes de animais, onde cada foto tirada com ele era vendida por R$ 20,00. Gerou milhões para “seus donos”. Hulk, o que ganhou? Nada.

Na foto seguinte vemos Yuri, chimpanzé que trabalhou mais de 15 anos em circo. Ele trabalhava no Globo da Morte, fantasiado de motoqueiro d junto com outros humanos andava em alta velocidade e fazendo muito barulho. Morava em uma pequena gaiola, que deixou seqüelas em sua coluna, e hoje anda “encurvado”. Os donos de Yuri ganharam muitos milhões com as apresentações dele. Yuri, o que ganhou? Nada.

Catarina e Hulk vivem juntos, sem ter que trabalhar mais e são livres da escravidão no Santuário do GAP em Sorocaba. Yuri já vive integrado com duas fêmeas e um bebê, a quem trata como filho, no Santuário do Paraná. Ele não precisa mais estourar seus ouvidos com o ronco dos motores das motos, nem correr mais riscos. Hoje é livre da escravidão.

Jimmy ainda não. Continua sendo explorado, cobrando-se R$ 5,00 para vê-lo engaiolado e solitário. Sua vida está nas mãos da Justiça brasileira. Um Habeas Corpus pede que seja tirado da escravidão, para que possa viver com seus iguais. Rezemos por ele!

Dr. Pedro A Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional


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