Chimpanzé resgatado Omega é levado para o Brasil
postado em 12 nov 2010

Sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Omega, um chimpanzé de 12 anos de idade, foi levado de forma segura por avião para o Brasil depois de ter sido resgatado em um zoológico no sul do Líbano. Animal Lebanon foi notificado sobre o pequeno zoológico em abril de 2010 e com sucesso trabalhou junto ao dono para fechar o estabelecimento e enviar os animais para santuários.

Omega foi usado em um restaurante por dois anos quando ainda era bem jovem, servindo narguilé para os clientes. Depois que ficou impossível controlá-lo, Omega foi entregue ao zoológico e foi largado sozinho nos últimos nove anos numa gaiola pequena. Localizado na cidade de Ansar, o zoológico foi construído numa área que era usada como campo de detenção durante a guerra civil do Líbano. O dono reconheceu que os animais não estavam sendo mantidos em boas condições e concordou em se desfazer dos mesmos.

O Santuário do GAP de Curitiba, no Brasil, concordou em tomar conta de Omega pelo resto de sua vida e esta será a primeira vez que ele verá outro chimpanzé em 10 anos. “A transferência de um chimpanzé é uma operação complexa e está seguindo todos os procedimentos visando promover um transporte seguro a partir do Líbano e garantir a boa adaptação do animal nas instalações do santuário. Também representa a importância de parceria entre países de diferentes continentes quanto o assunto é defender os direitos dos grandes primatas”, explicou o porta-voz do santuário.

Uma equipe da Animal Lebanon deixou Beirute na segunda-feira cedo para a viagem de 90 minutos por terra até o zoológico. Transferir Omega de sua gaiola para a caixa de transporte que ele iria viajar no vôo requereu um cuidado todo especial, e a Dra. An Pás, do Breeding Center for Endangered Arabian Wildlife, dos Emirados Árabes, veio ao Líbano para garantir que a operação ocorresse com segurança.

Omega ficou muito calmo em sua jaula, apesar de todas as atividades que aconteciam no seu entorno. Ele foi sedado rapidamente e uma vez que dormiu foi tirado da gaiola com a ajuda de uma maca. Em apenas uma hora foi feito um check up geral de sua saúde e ele foi colocado na caixa de transporte. Omega acordou e pela primeira vez em 10 anos teve uma visão do mundo que não fosse de dentro da gaiola. Chegando no aeroporto, Omega fez sua última refeição e todos os envolvidos no resgate deram seu adeus antes dele ser embarcado para o Brasil.

“Obviamente o transporte de animais exige o mais alto nível de cuidado e manejo especial, desde o seu embarque no Líbano até o seu transporte para o santuário em São Paulo”, disse Dave Gould, Vice-Presidente Sênior das Operações de Cargo Internacional da empresa Emirates. “Uma operação como esta só pode ser planejada com total cooperação de todos os envolvidos – da equipe da Animals Lebanon até o piloto da aeronave, as autoridades da alfândega e os operadores de carga. Este foi um verdadeiro esforço em conjunto de todos e estamos muito orgulhosos de termos cumprido nosso papel no encaminhamento de Omega a sua nova casa.”

“Ainda não há licenciamento ou regulamentação para zoológicos no Líbano”, disse Lana El-Khalil, presidente da Animals Lebanon. "Este é o terceiro zoológico que trabalhamos para fechar e até que os outros zoológicos não alcancem padrões internacionais, Animals Lebanon continuará a campanha para aprimoramento das condições ou zoológicos fechados. Omega finalmente teve sua oportunidade de uma vida melhor, uma chance que todos os chimpanzés do Líbano precisam.”

Chimpanzés e outras espécies selvagens ameaçadas continuam a ser contrabandeadas dentro e através do Líbano, e recentemente foram achadas em postos de gasolina e restaurantes, e em coleções particulares de animais. O Líbano é um dos poucos países que ainda não assinou a Convenção Internacional para o Comércio de Animais Ameaçados (CITES), a principal convenção internacional para proteção desses animais.

Muito obrigada ao Instituto Conservacionista Anami e ao Santuário de Curitiba no Brasil por tomar de conta de Omega pelo resto de sua vida, a Fundação Brigitte Bardot por oferecer fundos que ajudaram na transferência, a Emirates SkyCargo, por transportar Omega com um custo reduzido e a todos os colaboradores da Animal Lebanon, cujas doações generosas permitiram que este resgate fosse possível.

Versão em inglês:
http://www.animalslebanon.org/NewsDetails.aspx?NewsId=91