Na semana passada, chegou Leo, chimpanzé macho de 7 anos de idade, procedente do Zoológico de Brasília e que tem uma história complicada em seus poucos anos de vida. Leo nasceu no Zoológico de Goiânia, foi abandonado por sua mãe quando era bebê e criado como humano, na casa de uma funcionária do Zoológico. Quando ele cresceu e ficou incontrolável, como é habitual, foi devolvido ao Zoológico, e colocado erradamente com os pais, que já não o conheciam. Foi agredido pelo pai e teve que ser removido de imediato do recinto, depois Leo foi colocado em um pequeno recinto provisório e ficou isolado, onde começou a adoecer e a desenvolver um comportamento patológico.
Quando Leo estava nessas condições foi descoberto por um membro de uma ONG de defesa dos animais, Erick Helmuth Brockes, o qual tomou o caso para si e fez uma denúncia pública, que chegou aos jornais e às emissoras de televisão. O IBAMA tomou conhecimento e deu um prazo ao Zoológico para resolver o problema de Leo; ou o integrava a um grupo de chimpanzés – o que era praticamente impossível – ou o transferia para outra instituição que pudesse cuidar dele adequadamente. O Zoológico de Brasília foi o destino de Leo, já que existiam condições teóricas de integrá-lo ao grupo de chimpanzés que lá se encontravam.
Leo foi introduzido, com êxito inicial, a um grupo de dois casais, machos e fêmeas que já moravam juntos. Em poucos meses começou a querer ser o dominante e a desafiar Junior, o mais velho do grupo, que é um chimpanzé pouco agressivo. De todas as formas, os desafios de Leo contra Junior terminaram em uma briga entre ambos e foi necessário separá-los permanentemente. Na realidade, Junior reagiu contra Leo, já que as fêmeas demonstravam certa preferência por ele.
Diante desta situação, tanto o Diretor do Zoológico, Dr. Raul Gonzalez Acosta, como a Dra. Cléa Lúcia Magalhães, que conduziu a integração, decidiram que era impossível mantê-lo naquele Zoológico e como nós temos um grupo de chimpanzés entrando na fase da adolescência, Noel e Samantha, com quem Leo poderia integrar-se, ficou determinado que seria o melhor para ele. Leo foi transportado pela WIND, empresa que tem feito outros importantes transportes de primatas, de Brasília com destino a Sorocaba, onde temos iniciado o processo de aproximação de Leo com os chimpanzés pré-adolescentes do Santuário.
Mais uma vez registramos os nossos agradecimentos e do GAP Internacional à todos os envolvidos na transferência de Leo, ao Dr. Raul Gonzalez Acosta, à Dra. Cléa Lúcia Magalhães e à Transportadora WIND, que tão gentil e diligentemente tem colaborado com nosso Santuário, na labor do resgate de primatas em todo o país.
Fazemos um reconhecimento especial ao IBAMA de Brasília, que com grande celeridade aprontou toda a documentação necessária para a transferência de Leo.