Após um demorado trâmite burocrático, de vários meses, o Santuário do GAP recebeu o seu 36° morador, o Chimpanzé Charles. A história dele, como a de todo chimpanzé, é complicada. Charles veio de Portugal ? do Zôo de Lisboa ? em 1998, junto com outros chimpanzés para o Zôo de Brasília. Charles tinha aproximadamente 9 anos de idade. Foi impossível integrá-lo ao grupo de chimpanzés lá existente, e por este motivo foi enviado ao Zoológico de Ribeirão Preto, onde ficou até o momento em que fomos buscá-lo.
Charles morava sozinho, em um recinto pequeno, que estava exposto demais ao público. O Zôo não tinha condições de ampliar suas instalações. Charles começou com as auto-mutilações que é comum quando o chimpanzé se sente infeliz; mordia os seus braços, como sinal de protesto.
O Zôo de Ribeirão Preto fez o correto, ante a impossibilidade de dar-lhe melhores condições de estadia, procurou outro destino. A decisão deste Zôo é um exemplo a ser seguido por muitos outros que mantém grandes primatas sozinhos, em lugares inadequados e que poderiam viver melhor em nosso Santuário, em companhia da grande família que lá vive. Caso como Charles existe em vários Zôos atualmente e uma decisão como a dessa Instituição se faz cada dia mais urgente.
Charles deu trabalho para entrar na gaiola de transporte, porém quase anoitecendo no dia 8 de agosto, ele entrou e iniciou a viagem para o seu destino final em Sorocaba. A Dra. Lucia e a Transportadora Wind que o transportou, puderam comprovar que ele é um chimpanzé tranqüilo, forte e meigo. Os tratadores do Zôo o mimavam muito, como uma forma de mantê-lo calmo, davam comida na boca dele e desenvolveram uma verdadeira afeição por ele. Os próprios tratadores, biólogos e veterinários daquele Zoológico ficaram muito felizes por ver Charles partir para um lar rodeado de semelhantes e onde a visitação pública não o perturbará.