A luta durou 9 anos. No sábado passado, 5 de abril, a Justiça do Líbano decretou o confisco do chimpanzé Charlie de um Zoológico e a sua entrega à ONG Animals Lebanon, que já resgatou alguns outros primatas e os enviou ao Santuário do Paraná.
Charlie tem 9 anos de idade, foi contrabandeado da África para o Líbano em 2005 e vendido a um Pet Shop, terminando no Zoológico da cidade. Em 2006, o Ministério de Agricultura declarou que Charlie tinha entrado ilegalmente no Líbano. Uma tentativa de resgate em 2006 falhou, quando o Zoológico o escondeu, transferindo-o para outro destino um dia antes da ordem de captura.
O Ministério de Agricultura respaldou que a ONG Animals Lebanon tomasse conta do futuro destino de Charlie a um Santuário.
Doug Cress, coordenador do Projeto GRASP na ONU, que protege os grandes primatas, apoiou a ação do Ministério de Agricultura, já que considerou que se Charlie continuasse morando sozinho aumentaria o seu sofrimento. “Segundo as normas internacionais, nunca um chimpanzé poderia ser recluído sozinho por muito tempo, visto que sofrerá graves consequências psíquicas e físicas“, declarou Doug.
Jason Mier, diretor executivo da Animals Lebanon, declarou que “seguramente Charlie foi tirado da vida livre, sendo sua mãe assassinada e ela foi o último chimpanzé que viu em seus últimos 9 anos“. E acrescentou: “esta ação não é contra o Zoológico, é a favor de Charlie”. Jason também confirmou que Charlie será transferido para um Santuário tão rápido quanto possível, antes que o dano em sua mente seja definitivo.
A veterinária Rosa Garriga, que o anestesiou para retirá-lo do Zoológico, confirmou que a musculatura de sua perna direita está atrofiada. É algo que ele deve estar sofrendo há anos e que deve ter ocasionado muita dor. As condições em que era mantido possivelmente também ocasionaram este dano.
Segundo a Animals Lebanon, Charlie deve ser o último chimpanzé que ainda exista no Líbano, após uma série de resgates que nos últimos anos tem ocupado uma boa parte do tempo desta notável Organização de defesa dos animais.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional