César, com um ano e dois meses de idade, já está de novo em seu Mundo Chimpanzé. Dias atrás, fizemos a migração do Mundo Humano em que foi criado todos estes meses, quando tivemos que assumir o seu cuidado, já que a mãe, Samantha, tinha aflição de amamentá-lo.
César é o mais humanizado de todos os bebês chimpanzés nascidos no Santuário. Depois do expediente de cada dia, ele ia ficar com sua tratadora, Meire, que também mora com sua família no Santuário.
César teve uma experiência muito intensa de convívio com uma família humana, onde também tinham crianças e vários animais domésticos, cães e gatos. Quando ele vê um humano, ou um cão ou um gato, César vai atrás, com a maior familiaridade. Os próprios cães com os quais convivia na casa também eram seus protetores e tinham muito ciúme e preocupação com ele, e suas atividades diárias que cada dia eram mais audaciosas.
Durante todo este tempo, levamos César para ver a sua mãe, para que ela mantivesse seu interesse nele, e começamos a colocá-lo algumas horas por semana com uma de suas irmãs, Suzi,de 3 anos, com a qual se deu muito bem. Suas outras irmãs, Sofia e Sara, observavam a ambos brincando pela janela, assim como seu futuro pai adotivo, Jimmy, que cuida delas.
O primeiro contato com a Samantha foi muito positivo; ela, achando que ainda era um recém-nascido, fazia um ninho, deitava e queria que César deitasse em seu abdômen. Mas César já estava bem mais evoluído e o que queria era brincar, correr, pular.
De todas formas, Samantha, que não é muito paciente, soube entendê-lo e o deixamos uma noite com ela, quando o entrosamento foi maior, já que ela o levou para a casa externa, onde dormiu com ele no colo.
Na semana passada, o colocamos com ela e chamamos a sua irmã maior, Sofia, que tem uma relação estreita com a mãe, para que se juntasse a eles.
Sofia, que nunca tinha tido contato com César, só de longe, adorou seu irmão e esgotou as energias de ambos em dezenas de brincadeiras.
César é um macho dominante, assim tão pequenino como é, e quando Sofia brinca um pouco forte com ele, reclama e vai para cima dela para mordê-la, e a mordida de César é temível.
Samantha não tem muita paciência nem fôlego para aguentar um bebê hiperativo como César o tempo todo. Assim deixamos César com Sofia para gastar as energias e Samantha vai e vem com o grupo de adultos, quando ela pede.
Nos próximos dias iremos incorporando as suas outras duas irmãs com Sofia e César e depois ao pai adotivo, Jimmy, que acompanha com certa apreensão este trabalho de integração, e às vezes reclama conosco de que temos que ir devagar.
César, sem dúvida, será um Macho Alfa quando adulto, com a enorme vantagem de ter um afinidade com a vida humana, o que simplifica nossa vida em comum.
César voltou ao seu mundo, sem sair totalmente do nosso, onde será um dos últimos símbolos desta espécie que o Planeta está aniquilando sem piedade e dó.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional
Imagens de César com sua mãe Samantha e suas irmãs Sofia e Suzi.