Caso Zoonit: operação concluída
postado em 14 jul 2011

Às 7 horas da noite do dia 13 de julho entraram pelo portão de serviço do Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba: o caminhão da Transportadora TA, que deu sua colaboração inestimável a esta operação, duas viaturas do Ibama do Rio de Janeiro e o carro do Santuário com a equipe de quatro pessoas que ajudou o Ibama a esvaziar o Zoológico de Niterói, sob uma ordem judicial definitiva de 48 horas.

Dentro daqueles veículos tinham seres que sofreram abusos e maus tratos num Zoológico que nunca deveria ter existido, cuja área de 10.000 metros quadrados abrigava mais de 400 animais das mais diversas espécies exóticas e silvestres. Jimmy, o chimpanzé, bem conhecido na atualidade por a Justiça ter lhe negado o direito de obter a liberdade através de um Habeas Corpus, agora ganha a liberdade do cativeiro e solidão absurda em que vivia para divertir humanos e gerar recursos para uma “empresa privada”. O leão Sansão, que vivia num recinto minúsculo, possivelmente contaminado com a AIDS felina – que pode condená-lo a morte muito antes do que a vida lhe permitiria- e 37 macacos-pregos, que viviam em três grupos espremidos em recintos que eram de dar vergonha a qualquer cidadão com consciência que visitasse aquele chamado “Zoológico”. Um dos macacos-pregos é cego.

A irresponsabilidade da Prefeitura de Niterói, que permitiu durante anos a existência deste centro de horrores, não deve ser esquecida. Ninguém que tem um pingo de respeito pelos animais teria permitido aquele tratamento a seres inocentes que têm os mesmos direitos que nós a uma vida digna.

Jimmy, calmo, se deixou anestesiar pelas veterinárias Camila Gentile e Pollyana Pires, com uma simples seringa, sem a necessidade de dardos agressivos. Ele saiu da caixa de transporte devagar, entrou no túnel e foi para seu futuro dormitório. Defecou e comeu parte das fezes, símbolo claro de sua perturbação mental, gerada por anos de solidão e assédio de um público que não entendia que ele não tinha cometido nenhum delito, para que o trancafiassem por toda vida num cubículo miserável.

A história do Zoonit acaba aqui. Uma história que deve envergonhar os brasileiros, que têm a maior biodiversidade do mundo e não somos capazes de respeitá-la. Jimmy, Sansão e os 37 macacos-pregos têm agora um lar, onde poderão encontrar humanos que sabem respeitá-los e tratá-los com decência: OPERAÇÃO CONCLUÍDA!

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional