Carta Aberta à Fundação Aspinall sobre envio de gorilas para zoo brasileiro
postado em 25 ago 2011

“POR QUE?  PARA QUE?”

A Missão da Fundação John Aspinall da Ingleterra aqui é reproduzida:

Nossos objetivos são:

  • Deter a extinção de espécies raras e ameaçadas na natureza
  • Dar continuidade no oferecimento de um ambiente o mais natural possível para os animais em ambos os parques
  • Reintroduzir esses animais de volta ao seu habitat de origem quando isso for possível
  • Dar continuidade ao trabalho líder no mundo de criação e reprodução de animais
  • Ser parceiro e catalisador nos esforços de conservação dentro e fora do país
  • Aprimorar o conhecimento do público sobre os animais, seu bem-estar e as questões que envolvem sua conservação
  • Gerenciar áreas naturais
  • Desenvolver atividades de cunho conservacionista sustentáveis que gerem benefícios econômicos em escalas local e nacional”

Esta Fundação acaba de enviar duas gorilas jovens, de 11 anos de idade, ao Zoológico de Belo Horizonte, a fim de serem companheiras do único gorila macho que lá vive, por anos, na solidão.

POR QUE FAZER ISSO?
O que ganha a natureza e a proteção aos gorilas ameaçados de extinção, quando são quebrados os laços de famílias dessas duas gorilas jovens, enviadas a um zoológico do outro lado do mundo?
A Fundação John Aspinall está cumprindo sua missão?
Qual é o propósito de enviar uma espécie que pode não existir mais em 20 anos, em vida livre, a um cativeiro de um Zoológico, cujo único fim é divertir o público humano?

PARA QUE?
A Fundação tem dois projetos na África: em Gabão e no Congo, onde faz reintrodução de espécies na natureza, tem também dois parques na área de Kent na Inglaterra, que segundo ela não são zoológicos, mas centros de conservação. Por que essas gorilas jovens não foram enviadas à África, para tentativa de reintrodução, se possível, ou por que não as mantiveram num Santuário, sem visitação pública, o grande inimigo da existência destas espécies com boa saúde mental?

Aqueles que lutam pela sobrevivência dos grandes símios, na luta ideológica mundial, para que lhes sejam concedidos direitos básicos e que não sejam mais explorados, nem mantidos em zoológicos para divertimento do público – e sustentamos santuários para preservá-los da extinção – não entendem como a Fundação John Aspinall, que faz um trabalho de conservação meritório na África, pôde agora converter-se em abastecedora de zoológicos, com seres que nunca deveriam viver expostos ao público.

A Fundação John Aspinal tem a palavra para explicar-se …

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional