Em uma destas casualidades da vida, um jornalista encontrou num depósito de cerca de 3m2, num circo em Curitiba, um chimpanzé. Ficou horrorizado com as condições da jaulinha onde habitava o pobre animal: muita sujeita, chuva caindo do teto, escuridão. Fotografou tudo e divulgou o assunto através da internet. A revolta do público foi geral, pedindo a atenção do IBAMA de Curitiba e Brasília.
Com o consentimento do Circo, o animal foi encaminhado para um Santuário de chimpanzés de Curitiba. Foi trazido com três correntes pesadas e três fechaduras com cerca de 4 kg cada uma. Quatro homens do Circo seguravam as correntes. Caíque estava muito bravo e foi alojado em um lugar com grades, onde queria derrubar tudo, gritando muito. Pedimos as chaves dos cadeados, mas elas não nos foram entregues. Depois que os homens do Circo se foram, Caíque se acalmou, puxamos ele cada dia mais perto da grade, até que foi possível limar as correntes. Uma vez solto, ele se mostrou mais calmo, explorava o espaço amplo de seu novo alojamento, muito limpo, bem iluminado.
Já se passaram cinco meses desde então. E aí está o milagre. Bem alimentado e tratado com muito AMOR, ele é dócil, brincalhão, se diverte SOLTO num grande jardim. Pula, dança, faz muitas brincadeiras, buscando contagiar aqueles que o acolheram, demonstrando o quanto está feliz da vida!!
Portanto, este é um exemplo que bem demonstra a possibilidade de recuperação de todos os animais que já foram explorados, maltratados nos Circos do Brasil. Todos eles merecem esta qualidade de vida: um lugar decente pra viver, comida e muito carinho.
É urgente, necessário que se proíba a exploração de animais em espetáculos circenses.
Milan Starostick
Santuário de Curitiba
Agosto 2006