Chimpanzés enjaulados, que nunca pisaram na grama, olharam o céu azul, molharam seus pés andando na terra úmida ou contemplaram aves voando em seu entorno, praticamente viveram uma vida sem sentido.
Esse é o caso de Bicco. Reproduzimos aqui o relato da Dra. Sandra Haluche, médica veterinária do Santuário do Paraná, descrevendo as primeiras experiências de Bicco em um recinto especialmente construído para ele, após sua chegada do Líbano.
“Pela primeira vez, depois de seis anos preso em uma jaula pequena nos fundos de um zoológico no Libano, o chimpanzé Bicco foi solto no recinto externo.
Quando abrimos as portas que dão acesso à área externa, Bicco correu ainda um pouco desajeitado e escalou todos os brinquedos que foram feitos especialmente para ele.
Era visível nos seus olhos o fascínio pela grama, pelos brinquedos, pelas aves, pela liberdade! Foi como se ele estivesse descobrindo a vida naquele momento!
Toda equipe do santuário comemorou emocionada e aliviada os primeiros passos de Bicco para uma vida digna.
Presenciar sua felicidade nos deu a certeza de que vale a pena resgatar e recuperar esta espécie que é tão próxima a nossa, por isso, junto com o GAP, continuamos trabalhando para oferecer a todos os chimpanzés do santuário o que eles mais precisam: respeito, carinho, proteção e muito espaço para que eles possam voltar a ter o que lhes foi tirado, a liberdade de ser um chimpanzé”.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional