Animais do Le Cirque têm melhora no estado de saúde, mas elefante continua no MS
postado em 28 ago 2008

(Reprodução de matéria publicada no Correio Braziliense em 27.08.2008)


Depois de dez dias de peregrinação por Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul, os animais do Le Cirque chegaram nesta quarta-feira (27/08) ao
Zoológico de Brasília. Muitos dos animais apresentaram sinais de
exaustão, mas desde o início da tarde, depois de terem sido medicados
e conhecido seus novos recintos, já apresentam melhoras no estado de
saúde. O Instituto de Meio Ambiente (Ibama) apreendeu os animais na
semana passada por maus-tratos. Logo após conseguirem um mandado de
segurança, os donos do circo deixaram a cidade, rumo a Campo Grande e
Cuiabá.


Um elefante e um rinoceronte foram os únicos a permanecer no Mato
Grosso do Sul. O elefante, com um machucado na pata, espera a alta do
veterinário, que estava prevista para esta quarta-feira (27/08). Mas,
segundo o coordenador da Divisão de Fiscalização de Fauna do Ibama,
Antônio Paulo Ganme, o animal deverá ficar mais algum tempo em
observação. “Ainda não temos previsão de quando será o retorno”,
acrescentou.


Com a notícia da perda de um dos pôneis, que morreu na madrugada de
terça (26/08), o foco foi na saúde dos dois outros animais da mesma
espécie, que também apresentavam infecções alimentares. “A suspeita é
que essa infecção tenha sido provocada pela mistura da comida com as
fezes, além da imunodepressão pelo estresse da viagem”, explicou
Ganme.
A melhora da fêmea de camelo Xuxa também é visível. Ela não precisa
mais do soro e fica de pé. “Ela está 70% melhor”, diz o coordenador.
Ela sofria de desidratação, anemia, insuficiência renal e acidose
lática.


Já a hipopótamo mergulhou no novo tanque de água depois de uma longa
espera. O animal que vivia em uma piscina de 15 metros quadrados
dentro da carreta, agora pode nadar em um tanque 20 vezes maior. “De
lá ela não sai nem com um decreto da justiça”, brincou Ganme.


O coordenador do Ibama também fez um alerta aos funcionários do Le
Cirque que, segundo ele, abandonaram a carreta de transporte da
hipopótamo no zôo. “Se eles não vierem buscar até amanhã o veículo,
vou pedir para o Detran tirar isso daqui e colocar no depósito”,
ressaltou.


Nem todos os animais poderão permanecer no zoológico por falta de
espaço. Girafas, elefantes e pôneis devem ser transferidos para outras
localidades. Por enquanto, eles podem ser visitados de terça a domingo.
Entenda o caso


Uma carreta de 2,5m de largura com grades e temperatura elevada foi a
moradia dos 17 animais do Le Cirque ? dois camelos, duas lhamas, duas
girafas, dez pôneis e uma zebra ? por 10 dias, desde que saíram de
Brasília. A última jornada, de Campo Grande (MS) para a capital
federal, após decisão judicial que determinou a volta dos animais do
circo para o Jardim Zoológico, durou 35 horas.


Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o destino das
carretas que levavam os animais era o Paraguai.


O pouco espaço ? que fez com que muitos animais não tivessem sequer
condições de se mexer durante a exaustiva viagem de mais de mil
quilômetros ? provocou a primeira perda. Na madrugada de segunda para
terça-feira um dos pôneis morreu. A causa ainda não foi divulgada.
Três outras carretas trouxeram dois elefantes e um hipopótamo.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_13/2008/08/27/noticia_interna,id_sessao=13&id_noticia=27979/noticia_interna.shtml