A África Negra se desfaz em pedaços sem que ninguém faça algo sério e importante para ajudá-la a sobreviver. As florestas desaparecem e junto com elas desaparecem também milhares de espécies de uma biodiversidade riquíssima, que como em um cataclismo de milhões de anos, os seres humanos ignoram e geram ao mesmo tempo esta devastação.
Um pequeno país como Libéria, com uma população de ex-escravos norte-americanos de 3,5 milhões de pessoas, 100 mil estão infectados com HIV, a expectativa de vida masculina é de 38 anos, e a feminina de 42. O analfabetismo oficial é de mais de 57%. As meninas são estupradas quando têm poucos anos de idade, e os meninos desaparecem para serem convertidos em soldados e aprendem a matar com menos de uma década de vida.
Em Brazzaville, no Congo, os madeireiros penetram fundos nas florestas, e junto com sua carga de madeira de lei, 200 kg por viagem de carne de caça os acompanham em cada carreta. A carne de chimpanzé é vendida como uma iguaria a 25 dólares por quilo, e nos últimos 12 meses mais de 15.000 carcaças passaram pelos mercados, 293 delas de chimpanzés.
Enquanto o mundo não entender que isto deve cessar, e algo sério e urgente deve ser feito, de que adianta falar do aquecimento global, dos problemas climáticos, quando a principal floresta da humanidade, na Bacia do Congo, similar a nossa Amazônica, está sendo pulverizada pelos países industrializados e seus agentes exploradores.
Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP Internacional