O Especismo foi criado pelos humanos para discriminar os seres vivos, produto de nossa arrogância e falsa superioridade. Apesar de não concordar com estas teses, como uma forma de informar vamos usar as teses do Especismo para procurar as origens de nossos Chimpanzés no Brasil.
Atualmente aceitam-se 4 subespécies do chamado chimpanzé comum, também conhecido como chimpanzé robusto, e cientificamente Pan troglodyte. A Subespécie Verus se faz presente nos países da África Ocidental e caracterizam-se por serem os chimpanzés de face clara; a outra subespécie é originária da Nigéria, chamada Vellerosus; os provenientes dos países da África Central são de cara preta, e que são os Pan troglodytes clássicos; a quarta espécie é dos países do oriente africano, que tem pêlos compridos, e se conhecem como Schweinfurthi. Por nossa conta, acrescentaríamos uma quinta espécie, dos chimpanzés ao sul do Rio Congo, principalmente angolanos, que são notoriamente diferentes em sua face e comportamento das outras 4 subespécies. Talvez, porque Angola foi um país imerso em uma guerra de mais de 30 anos, não se tem investigado a fundo esta subespécie potencial.
Os outros chimpanzés, descobertos só 30 anos atrás, e colocados em uma espécie diferente, Pan paniscus, são os bonobos. São chimpanzés mais pequenos, que vivem ao Sul do Rio Congo, em uma zona de floresta densa e de difícil acesso, e que as guerras constantes têm limitado a presença freqüente de pesquisadores. A palavra Bonobo tem origem em uma pequena vila africana, de nome Bolobo, que foi de onde vieram os primeiros indivíduos que chegaram a Europa, e nas caixas de transporte, por um erro de grafia, se escreveu Bonobo.
No Brasil a grande maioria de chimpanzés vem da África Ocidental e da África Central. Aqui se misturaram ambas origens e deram nascimento a indivíduos de pais ocidentais e mães centrais ou vice versa, e hoje é difícil definir a verdadeira origem de cada um. A subespécie angolana geralmente vem de chimpanzés que vieram via Portugal, como nosso Bongo, que é um clássico chimpanzé angolano, bem diferente em sua fisionomia de, por exemplo, Rakker e Luke que são ambos de cara preta.
O que se conhece dos chimpanzés é realmente muito recente. 40 anos atrás Jane Goodall praticamente descobriu para o mundo esta espécie que por séculos viveu ignorada nas florestas úmidas africanas, seu último refúgio antes de sua extinção em uma próxima geração, caso que o massacre continue como até hoje.
Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP – Sorocaba