Meses atrás vimos Guaxinins de vida livre na mata do Santuário. Inicialmente os confundimos com raposas. Os chimpanzés que freqüentam a mata já os tinham visto à distância, cheiraram e detectaram as fezes deles, e estavam curiosos por vê-los de perto, apesar de terem medo deles.
Dias atrás encontramos dois deles mortos, em diferentes lugares da mata. Era uma mãe e um filhote. A Dra. Lúcia fez a autopsia e concluímos que tinham sido mortos por pancadas, e não por mordida de outros animais como cachorros, etc. Tudo indica que alguns humanos os perseguiram e os mataram. Existe um certo preconceito contra Guaxinins já que os acusam de atacar galinheiros para comer ovos e pintinhos.
Quando os chimpanzés os encontraram mortos, ficaram muito curiosos e todos queriam vê-los, tocá-los, pensando que ainda estivessem vivos. Eu os peguei e os levei para a estrada a fim de levá-los ao Santuário e fazer a necropsia, porém não poderia levá-los junto com os chimpanzés já que eles, durante a viagem, estariam mexendo com os Guaxinins e poderiam existir doenças envolvidas.
Quando pegamos a Kombi de volta, Guga não queria deixar os Guaxinins na mata, e chegou a pegar a mãe e carregá-la para dentro da Kombi, porém eu o convenci de que voltaríamos para apanhá-los. Quando deixei Carlos, Emílio e Cláudio no Santuário, voltei com Guga na mata e colocamos na Kombi os dois Guaxinins, para levar à nossa clínica. Guga mexia com eles tentando que mostrassem algum sinal de vida, até ficar convencido de que estavam mortos.
A ignorância dos humanos destrói vida de animais que são parte importante do equilíbrio ecológico das florestas e do planeta, daí a educação é fundamental, para evitar tragédias absurdas como esta.