“Ele era a estrela do Zoológico de Berlim”. Com esta frase o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, encerrou um capítulo a mais na existência dos zoológicos como centros de entretenimentos dos humanos, em vez de servirem a biodiversidade e se tornarem centros de conservação e recuperação de muitas espécies à beira da extinção.
O Urso polar Knut morreu repentinamente, como muitos animais morrem nos zoológicos onde são submetidos ao assédio do público e a uma vida bem além de sua natureza. As versões da morte do famoso urso falaram de diversas doenças, porém a grande verdade é que os animais não devem ficar em zoológicos para o entretenimento do público. Eles são – e não somente os grandes primatas – seres inteligentes, que têm costumes próprios e que devem ser respeitados e preservados em sua intimidade; são seres que nasceram para viver em seu habitat e não trancafiados em pequenos recintos, com horários determinados para comer, dormir e serem exibidos ao público.
Os políticos, como o Prefeito de Berlim, e um ex-Prefeito de Sorocaba, que falou que os chimpanzés não pensavam nem podiam decidir seu destino, representam o mais retrógrado que existe nas sociedades humanas, já que só pensam em seus iguais e não em um mundo como um todo.
A morte de Knut, assim como centenas de denúncias de maus tratos em zoológicos no mundo, faz necessária que a utilidade dos zoológicos como lazer e entretenimento do público humano seja questionada e mudada, para que passem a cumprir um verdadeiro papel de conservação e educação em nossas sociedades.
Knut era uma falsa estrela criada pelos homens e decidiu por si próprio abandonar este mundo que nunca entendeu, na frente de todos os humanos.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional