O Jornal de mais audiência na TV Brasileira, o Jornal Nacional, fez um parêntesis inédito na divulgação de conversações políticas gravadas para dar uma notícia que raramente dão importância. Um gorila de 17 anos, de nome Harambe, que morava no Zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos, foi morto por guardas daquele anacrônico estabelecimento, quando tentava salvar uma criança de quatro anos que tinha caído no fosso que rodeia o seu recinto.
Uma onda de revolta e repúdio ante a atitude do Zoológico se espalhou pelo mundo, e uma campanha de protesto pelo sucedido pretende responsabilizar os pais do menino por negligência, por não cuidarem corretamente do filho que visitava o Zoológico.
Na realidade, quem deve ser processado é o Zoológico, que foi incapaz de reagir ante a situação e proteger a criança sem a necessidade de abater o extraordinário gorila.
É óbvio que Harambe pulou dentro do fosso com água, que não é uma área que ele frequenta e sim uma barreira para afastá-lo do público, para proteger a criança, pois ele pensou que ela poderia se afogar.
Se aquele anacrônico estabelecimento estivesse preparado para lidar com este tipo de situação e tivesse anestesiado Harambe com um tiro de rifle com mira telescópica, que todos os zoos possuem, não teria a necessidade de sacrificá-lo.
Nos últimos meses, nas poucas notícias que se filtram do que acontece nesses anacrônicos estabelecimentos chamados zoológicos, quatro chimpanzés foram mortos na Espanha, dois leões no Chile e uma tratadora experiente foi morta por um tigre-de-bengala no Zoológico de Palm Beach.
Até quando vamos permitir que esses anacrônicos estabelecimentos continuem existindo, colocando em risco a vida de animais e humanos, como uma forma de divertimento para a população?
Dr. Pedro A. Ynterian
Secretário Geral, Projeto GAP Internacional