Entre as dezenas de mensagens recebidas pela morte do meu filho Jorge (Uma tragédia em um dia qualquer), tem uma que nos toca profundamente, porque com eles aconteceu algo talvez até pior que o nosso, o falecimento do único filho, também em um dia qualquer, de forma inesperada, na metade de sua vida. Anita e Milan Starostik e nós temos agora, além dos chimpanzés que cuidamos, uma tragédia em comum que nos une.
Tomo a liberdade de reproduzir uma parte de sua mensagem, que é a expressão da dor de uma mãe por seu filho desaparecido e o conforto que os bebês chimpanzés que ela cuida com paixão deram a ela naquele momento:
“Prezado Amigo Pedro,
Lendo sua mensagem, quando você disse ” caso semelhante”, voltamos dois anos atrás. Ficamos confusos, pois estas coisas só acontecem com os outros. Como é possivel, de repente acontecer isso com a gente, por quê Deus nos castigou assim? Mas aconteceu.
Naquele dia triste, depois do enterro de nosso único filho, não sabíamos o que fazer, ficamos desnorteados.
Resolvemos ir atrás de nossos “meninos”. Foi exatamente igual como você falou. Todos vieram correndo e nos esperando na porta. Sentamos e o Jhony me abraçou, como sabia?
Então chorei, abraçada de Johnny, Lucas e Dinho. Todos estavam juntos e tristes como nós, sabiam que alguma grave havia acontecido.
Como é possível ter tanto amor e expressar-lo com tanta ternura?
Nada mais trará nosso filho de volta, mas Deus nos deu uma família de 18 chimpanzés, que temos que cuidar e acompanhar o bem estar deles, pois já sofreram demais nesta vida.
…
Anita e Milan”
Dr. Pedro A. Ynterian
Santuário do GAP/ Sorocaba – SP