Aqueles que pensam que os humanos são os únicos seres que usam instrumentos e armas para defesa, apesar de terem inventado essa estratégia, estão muito enganados. Nossos ancestrais, os chimpanzés, sabem que os dentes, os braços e as pernas não são suficientes, e por isso também usam outros artifícios de defesa.
Observamos isto pela primeira vez em Bastrop, Texas, na Faculdade de Veterinária da Universidade do Texas, onde têm 75 chimpanzés, sendo que atualmente a grande maioria é aposentada de experiências médicas. Aqueles chimpanzés que com razão odeiam os humanos, por terem sido submetidos a todo tipo de humilhações e torturas em nome da ciência, quando os visitantes humanos aparecem ou se estão por perto cospem nos mesmos e se estão longe jogam fezes. Eles têm adquirido tanta precisão em seus arremessos de fezes que atingem em muitos casos os seus alvos, apesar da distância.

Em nosso Santuário já foram experimentadas fezes, cuspes, pedras e terra pelas poucas autoridades e visitantes que por lá passaram. Com projéteis, especialmente pedras, a pontaria deles é impressionantemente certa.

Dias atrás estávamos com Guga, que tem aproximadamente 5 anos de idade, e Carolina com quase 2 anos, em um setor de mata onde os levamos a tarde, para Carolina ir se acostumando a um território hostil e não totalmente controlado, sob os cuidados de Guga, que a ensina o que deve e o que não deve fazer, quando apareceu um veado atraído por mangas, que nesta época do ano se espalham pelo chão. Quando Guga o viu ficou alerta, depois exibiu fúria ficando com os seus pêlos arrepiados, pois o seu território tinha sido invadido e então correu atrás dele, porém antes pegou um galho grande que estava por perto e ameaçou bater nele. O veado correu e se perdeu de vista, antes dele chegar, no entanto Guga tinha conseguido afastar o intruso e o galho – a arma que tinha no momento – o ajudou nisto, já que o veado era bem maior que ele.