200 chimpanzés sem destino
postado em 20 ago 2013

Aqueles que semanas atrás pensaram que a luta para cessar a tortura de chimpanzés em laboratórios Norte-Americanos estava prestes a terminar se enganaram. O anúncio feito pelo NIH – Instituto Nacional de Saúde de Norte-Americano, que estava destinando os chimpanzés dos quais era proprietário para um Santuário Federal, aposentando-os e só reservando 50 para uso emergencial, escondia, como sempre quando os governos falam em meias línguas, a verdade.

O Centro de Pesquisa de Nova Ibéria (NIRC), em Louisiana, que é um centro de reprodução e tortura médica de chimpanzés e outros primatas, aposentou 110 chimpanzés por ordem do NIH. Cinquenta já foram para o Santuário Federal de Chimp Haven (CH) na própria Luisiana e 60 aguardam alguns meses até que as novas construções terminem neste Santuário para serem libertados de seus opressores.

Porém, aqui não termina a história. No centro de tortura de Nova Ibéria ainda ficaram 200 outros chimpanzés, que foram torturados no passado, durante anos a fio, mas hoje não têm mais utilidade e não pertencem ao Governo Federal; são de donos privados e para estes infelizes, até agora, não existe nem aposentadoria, nem compaixão, nem destino.

O Centro de Tortura de Nova Ibéria insiste em mantê-los, não importa que não os use, já que recebe aproximados 56 dólares de diária por cada um deles para mantê-los lá por toda vida. Por ano, o Centro de Nova Ibéria recebe mais de 4 milhões de dólares e não quer perder essa “bolada”.

O dramático de tudo isto é que o Centro de Nova Ibéria pertence a Universidade de Louisiana, um centro de saber, porém dominado pelo dinheiro que lhe tem produzido centenas de chimpanzés e outros primatas durante anos de exploração.

A Universidade de Luisiana não é a única. Outras universidades Norte-Americanas, classificadas como os maiores centros de conhecimento do mundo, também praticam a mesma forma de arrecadar recursos, explorando primatas infelizes. A Universidade de Emory tem um centro de pesquisa de primatas há mais de 50 anos e a Universidade do Texas, em Bastrop, também tem centenas de chimpanzés e macacos rhesus que lhe rendem polpudas receitas.

O Projeto GAP denuncia mundialmente que ainda está longe de terminar a angústia, dor, tortura e destruição de centenas de vidas de chimpanzés na América do Norte. Eles têm se convertido numa fonte inesgotável de lucros para universidades que deveriam defender a vida e a compaixão para com seus irmãos evolutivos e ainda insistem em ser seus carrascos.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional